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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dias difíceis

Dias difíceis os que estamos vivendo. Não que os problemas sejam novos.

O número de habitantes do planeta aumentou e a tecnologia é mais avançada do que antes.
O ser humano evoluiu, ficou mais inteligente, mas as aspirações continuam as mesmas.

A espécie humana ainda é guiada pelos instintos. Isto significa dizer que todo o progresso alcançado é utilizado para os mesmos fins que sempre foi: o poder, o sexo e a satisfação própria.

Houve grandes progressos, é verdade. Já não aceitamos, com algumas exceções, que uma pessoa tenha a cabeça decepada por uma guilhotina. Começamos a defender os animais, embora nos alimentemos deles.


Tenho atendido grande número de pessoas que querem fazer uma revisão geral de vida. A insatisfação parece ter aumentado.

Foi uma mentira dizer quer a tecnologia iria facilitar a vida. Em alguns aspectos facilitou, mas na grande maioria dificultou.

Fico pensando naquele senhor do campo, com o chapéu de palha na cabeça olhando para a natureza. Será que ele é mais feliz do que o homem urbano? A felicidade depende do interior, não do exterior. Ele pode ser mais feliz ou infeliz. Vai depender do que almeja, das suas insatisfações e do seu querer. Vai depender, em boa dose, do que ele se culpa.

O querer sem o poder, nas grandes cidades, falando em termos materiais, deixa qualquer um frustrado, se não atingiu um estágio relativamente harmonioso quanto a própria existência. O ter não supre o ser. E para ser não temos que ter, embora ter pareça ajudar.

Trabalhar e voltar para casa, para no outro dia trabalhar para voltar para casa não parece muito agradável para quem não gosta muito do que faz. Então nos atiramos na busca do prazer comprando coisas, viajando e no lazer eventual. Muitas vezes procura-se outros modos de fuga e/ou de prazer.

O que fazer então?

Conhecer melhor a si próprio.

Conhecendo a si mesmo saberemos o que nos preocupa, nos perturba, o que ansiamos, o que nos falta.

Assim já teremos dado o primeiro passo para uma vida mais feliz.

Cesar Coelho
Psicólogo

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